Palmares não estava só. Longe de ser uma comunidade isolada no interior da América portuguesa, Palmares representou um desafio para todo o sistema colonial que conectava África, Europa e América...
Palmares
os escravos contra o poder colonial
coleção:
Brasil Rebelde
autor:
Rômulo Luiz Xavier Nascimento
coordenação :
Bruno Fiuza
projeto gráfico:
Antonio Kehl
acabamento:
brochura
páginas:
176
formato:
14 x 19,5 cm
ISBN brochura:
978-85-7816-140-8
ISBN e-book:
9788578162276
Símbolo máximo da resistência contra a escravidão no Brasil, o quilombo de Palmares já foi objeto de inúmeros estudos ao longo dos últimos cem anos, e seu último líder, Zumbi, é, até hoje, o maior herói do movimento negro brasileiro. Este volume apresenta de forma concisa as principais informações e interpretações acerca do quilombo produzidas até hoje e joga nova luz sobre um aspecto menos conhecido de sua história: a resistência escrava durante os séculos da ocupação holandesa do Nordeste brasileiro, entre 1630 e 1654. Com base no estudo de fontes primárias holandesas, Rômulo Luiz Xavier do Nascimento mostra que Palmares, longe de ser uma comunidade isolada no interior da América portuguesa, representou um desafio para todo o sistema colonial que conectava África, Europa e América, questionando, por quase um século, o poder de duas das maiores potências mundiais do início da Idade Moderna: Portugal e Holanda.
Rômulo Luiz Xavier Nascimento é doutor em História do Brasil pela Universidade Federal Fluminense, onde defendeu a tese O desconforto da governabilidade: aspectos da adminitração no Brasil holandês, em 2008. É professor adjunto da Universidade de Pernambuco (UPE) desde 2010, onde leciona as disciplinas de História do Brasil e de Cultura Afro-Brasileira. Pesquisador do Brasil Holandês, vem trabalhando em fontes primárias holandesas temas relacionados à escravidão e à administração da Companhia das Índias Ocidentais no Brasil. É membro do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano (IAHGP) desde 2008.
Bruno Fiuza é jornalista formado pela PUC-SP com pós graduação pela Universidade Ramón Llull de Barcelona (Espanha), historiador formado pela USP e mestrando no programa de História Econômica da mesma universidade, onde desenvolve projeto de pesquisa sobre a Ação Global dos Povos e a emergência das lutas anticapitalistas em rede. Já trabalhou como repórter do jornal Brasil de Fato e do programa Jornal dos Trabalhadores, da Rede CUT de Rádio; foi editor da revista História Viva e já colaborou como repórter freelancer para publicações como Folha de S. Paulo, Carta Capital, Caros Amigos, Galileu e Revista Sem Terra. É um dos autores do livro Não é por centavos - um retrato das manifestações no Brasil (Editora Liga, 2014).
COLEÇÃO BRASIL REBELDE
Coordenação: Bruno Fiuza
Por muito tempo, uma certa historiografia tentou vender a ideia de que o Brasil foi construído por um processo pacífico de miscigenação entre povos europeus, africanos e indígenas americanos que aceitaram passivamente seus respectivos papéis, primeiro como súditos do rei de Portugal e depois como cidadãos resignados do Brasil independente. Nas últimas décadas, porém, pesquisas históricas que buscam dar voz aos grupos oprimidos vêm mostrando que essa narrativa é simplesmente uma mentira.
Os estudos da chamada nova história social realizados a partir da década de 1970, sobretudo os dedicados a revoltas escravas, rebeliões indígenas, levantes populares e mesmo movimentos de insubordinação de militares e elites locais revelam um quadro muito diferente: o povo brasileiro não tem nada de pacífico, e a construção deste país, desde o período colonial até hoje, sempre foi marcado por intensas lutas travadas entre as populações excluídas e os poderes estabelecidos.
A coleção Brasil Rebelde pretende apresentar um apanhado desses estudos que mostram como, desde o início da colonização, os grupos que viriam a formar o moderno povo brasileiro sempre se levantaram contra a injustiça e a opressão. Escritos em linguagem acessível, mas por grandes especialistas nos respectivos temas, cada volume da coleção trata de uma revolta específica que contribuiu para construir uma grande tradição de luta que joga por terra o mito de que o brasileiro sempre aceita tudo calado.