a feitiçaria revela que o processo de transformação de estrangeiro ou inimigo em xinguano não é um evento histórico isolado, mas algo que exige contínua recriação...
A flecha do ciúme
o parentesco e seu avesso segundo os Aweti do Alto Xingu
coleção:
Antropologia Hoje
autor:
Marina Vanzolini
orelha:
Eduardo Viveiros de Castro
prefácio:
Renato Sztutman
projeto gráfico:
Antonio Kehl
acabamento:
brochura
páginas:
376
formato:
14 x 21 cm
ISBN brochura:
978-85-7816-191-0
ISBN e-book:
9788578162573
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Baseado em trabalho de campo desenvolvido desde 2006 pela antropóloga Marina Vanzolini na região do Alto Xingu, o livro A flecha do ciúme é uma etnografia sobre a feitiçaria e suas imbricações com o parentesco no sistema multilíngue xinguano, sob a perspectiva de um dos povos que o integram, os Aweti. Habitantes das margens dos rios Curisevo e Tuatuari, nas cabeceiras do rio Xingu, ao norte do Mato Grosso, os Aweti são um povo falante de língua tupi ainda pouco conhecido na literatura etnológica.
Mostrando que o feitiço ocorre geralmente entre pessoas muito próximas, o que contrasta com a imagem, nativa e antropológica, do pacifismo como marca da relação entre os povos xinguanos, a autora busca descrever como a feitiçaria pode ser uma antítese do parentesco e, ao mesmo tempo, dele derivada. "Se é verdade que tornar-se xinguano significa abdicar da violência guerreira, como mostram depoimentos nativos reunidos por diversos autores que trabalharam na área, a feitiçaria revela que o processo de transformação de estrangeiro ou inimigo em xinguano não é um evento histórico isolado, mas algo que exige contínua recriação”, conclui.
Sobre a autora
Marina Vanzolini é professora da Universidade de São Paulo (USP), doutora em Antropologia Social pelo Museu Nacional/UFRJ e trabalha com os Aweti, povo do Alto Xingu, desde 2004. Tem diversos artigos publicados sobre este povo indígena em revistas científicas.