O líder guarani Sepé Tiaraju se tornaria um ícone do movimento indígena nacional, lembrado até hoje como um dos maiores símbolos da resistência dos povos nativos do Brasil...
A Guerra Guaranítica
coleção:
Brasil Rebelde
autor:
Tau Golin
coordenação:
Bruno Fiuza
projeto gráfico:
Antonio Kehl
acabamento:
brochura
páginas:
200
formato:
14 x 19,5 cm
ISBN brochura:
978-85-7816-139-2
ISBN e-book:
9788578162269
Dos povos que formaram a moderna sociedade brasileira, talvez nenhum tenha sido tão ignorado pela história oficial quanto as populações indígenas, por muito retratadas como grupos que aceitaram passivamente a dominação europeia. As mais recentes pesquisas históricas, no entanto, vêm desmontando essa narrativa.
A Guerra Guaranítica talvez seja o exemplo máximo disso. Apoiados por padres jesuítas, tropas indígenas da região dos Sete Povos das Missões, no atual estado do Rio Grande do Sul, barraram o avanço dos oficiais portugueses e espanhóis responsáveis por redesenhar as fronteiras entre os domínios de seus respectivos países na América do Sul após a assinatura do Tratado de Madri, em 1750. Os rebeldes resistiram de 1754 e 1756, até serem finalmente derrotados por um imenso exército coligado das duas nações europeias, mas o líder guarani Sepé Tiaraju se tornaria um ícone do movimento indígena nacional, lembrado até hoje como um dos maiores símbolos da resistência dos povos nativos do Brasil.
Luiz Carlos Tau Golin é jornalista e historiador, doutor em história pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), com pós-doutoramento pela Universidade de Lisboa, e professor-pesquisador de História na graduação e pós-graduação na Universidade de Passo Fundo – UPF (graduação e pós-graduação). Desenvolve pesquisas sobre a formação da América meridional, com diversas publicações sobre os conflitos geopolíticos. Sobre o tema das Missões destacam-se obras como A Guerra Guaranítica: Como os exércitos de Portugal e Espanha destruíram os Sete Povos dos jesuítas e índios guaranis no Rio Grande do Sul (1750-1761) (Editora da UFRGS/UPF Editora, 1998); A fronteira (L&PM, 2002, 2004, 2v); A expedição: imaginário artístico na conquista militar dos Sete Povos (Sulina, 1997) e Etnocídio e herança indígena (UPF Editora, 1999).
Bruno Fiuza é jornalista formado pela PUC-SP com pós graduação pela Universidade Ramón Llull de Barcelona (Espanha), historiador formado pela USP e mestrando no programa de História Econômica da mesma universidade, onde desenvolve projeto de pesquisa sobre a Ação Global dos Povos e a emergência das lutas anticapitalistas em rede. Já trabalhou como repórter do jornal Brasil de Fato e do programa Jornal dos Trabalhadores, da Rede CUT de Rádio; foi editor da revista História Viva e já colaborou como repórter freelancer para publicações como Folha de S. Paulo, Carta Capital, Caros Amigos, Galileu e Revista Sem Terra. É um dos autores do livro Não é por centavos - um retrato das manifestações no Brasil (Editora Liga, 2014).
COLEÇÃO BRASIL REBELDE
Coordenação: Bruno Fiuza
Por muito tempo, uma certa historiografia tentou vender a ideia de que o Brasil foi construído por um processo pacífico de miscigenação entre povos europeus, africanos e indígenas americanos que aceitaram passivamente seus respectivos papéis, primeiro como súditos do rei de Portugal e depois como cidadãos resignados do Brasil independente. Nas últimas décadas, porém, pesquisas históricas que buscam dar voz aos grupos oprimidos vêm mostrando que essa narrativa é simplesmente uma mentira.
Os estudos da chamada nova história social realizados a partir da década de 1970, sobretudo os dedicados a revoltas escravas, rebeliões indígenas, levantes populares e mesmo movimentos de insubordinação de militares e elites locais revelam um quadro muito diferente: o povo brasileiro não tem nada de pacífico, e a construção deste país, desde o período colonial até hoje, sempre foi marcado por intensas lutas travadas entre as populações excluídas e os poderes estabelecidos.
A coleção Brasil Rebelde pretende apresentar um apanhado desses estudos que mostram como, desde o início da colonização, os grupos que viriam a formar o moderno povo brasileiro sempre se levantaram contra a injustiça e a opressão. Escritos em linguagem acessível, mas por grandes especialistas nos respectivos temas, cada volume da coleção trata de uma revolta específica que contribuiu para construir uma grande tradição de luta que joga por terra o mito de que o brasileiro sempre aceita tudo calado.