“Com Heitor, Sylvia Loeb escancara o lado do mal e da perversidade de um ser humano...
Heitor
autor:
Sylvia Loeb
orelha:
Noemi Jaffe
projeto gráfico:
Diana Mindlin
acabamento:
brochura
páginas:
104
formato:
14 x 21 cm
ISBN brochura:
978-85-7816-089-0
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Terceiro livro da psicanalista quer mostrar “o preço que pagamos para sair da selvageria” e coloca em cena um homem sofisticado e cruel com sua mulher, filhos e empregados. “A literatura é um caminho para um maior número de pessoas ter acesso ao projeto proposto pela psicanálise: o de aprofundar a intimidade com a própria subjetividade, sempre encoberta pelo inconsciente”, diz Sylvia.
Em Heitor, o mal aparece em algumas de suas inúmeras formas. É escancarado e excessivo, multiplicando-se vertiginosamente, como costuma acontecer no caso desses exageros. Quem se relaciona com o personagem central não sai incólume – ele humilha seus próximos e se compraz dessa atitude, mesmo estando paralisado por um derrame.
“Nascemos amorais, selvagens, sem freios, exigentes na satisfação imediata de nossas necessidades. Não nascemos virtuosos. O bem é uma instância a ser construída, uma dura e complexa arquitetura, que nos obriga a adiar as exigências de satisfação. Temos que percorrer o caminho da linguagem para atingir metas desejadas, admitir a existência do semelhante e sermos capazes de sentimentos de solidariedade e amor. Trata-se de um longo caminho”, comenta Sylvia Loeb.
Tal personalidade e questões que ela inspira estão refletidas em notícias de jornal, trechos de teoria psicanalista “na alta e na baixa cultura”, como observa a escritora, doutora em Literatura Brasileira pela USP e professora da PUC-SP, Noemi Jaffe, na apresentação do livro, destacando a multiplicidade narrativa da autora. Ela define o personagem-título como “perverso: obsessivo, amante de armas brancas, tem nojo de qualquer fluido corporal e despreza os filhos e a mulher, apesar de não conseguir prescindir de sua companhia”.
“Numa prosa breve e penetrante, sem poupar em nada o leitor já meio sufocado, Heitor dá conta de narrar os fatos, os pensamentos e reações das vidas dos personagens, sem resvalar para julgamentos ou autocomplacência”, define Noemi.
Sylvia optou por não oferecer justificativa alguma da existência do mal. “Procuro não dar explicações psicologizantes, na maioria das vezes empobrecedoras”, arremata a autora. Ela tenta “mostrar, por vários meios, a presença do mal e da destruição, seja na natureza ou na ação dos homens” e também “a presença do bem no milagre da natureza, no milagre da poesia”.
Sylvia Loeb nasceu em São Paulo, é psicóloga formada pela PUC-SP e psicanalista pelo Instituto Sedes Sapientiae. Entre outras atividades como psicanalista, atendeu na Escola Paulista de Medicina e atuou junto ao Grupo Biruta de Artes Cênicas (Projeto Quixote). Dedica-se atualmente ao atendimento clínico e supervisão, além de trabalhar em comunidades de baixa renda. São dela “Contos do divã – pulsão de morte e outras histórias” (Ateliê Editorial, 2007) e “Amores e Tropeços” (contos, Editora Terceiro Nome, 2010).