Desde que estreou no Espaço Off, um palco do underground paulistano nos anos 1980, Marta Góes manteve algumas fidelidades: seu fascínio por mulheres que desafiam regras preestabelecidas é uma delas e está presente nas três peças reunidas neste livro.

"Miss Cyclone" conta a história da musa da garçonière de Oswald de Andrade que luta contra as amarras de uma sociedade tacanha; "A moça que falou assim", retrata o mundo do trabalho com força e humor; em "A reserva", o universo das pessoas comuns ganha lugar na mãe que resolve abrir um restaurante.

Por alguma razão, todas essas protagonistas são mulheres – o que acontece também em seu espetacular Um porto para Elizabeth Bishop, tantas vezes encenado no Brasil e no exterior e também publicado pela Terceiro Nome.

Marta Góes já trabalhou como repórter e editora em alguns dos mais consagrados jornais e revistas brasileiros, como Estadão, Jornal a Tarde, Última Hora, IstoÉ e revista Veja, mas é com seus livros e peças teatrais que vêm se destacando nos últimos anos. Um porto para Elizabeth Bishop, escrito especialmente para a atriz Regina Braga, já é um clássico; suas peças teatrais e suas personagens já foram interpretadas por atrizes como Irene Ravache, Marisa Orth, Grace Giannoukas e Patrícia Gasppar, além de Amy Irving, que encenou Um porto para Elizabeth Bishop na off Broadway, em Nova York. Com seu livro Alfredo Mesquita, um grã-fino da contramão, sobre o criador da escola de Arte Dramática de São Paulo, foi indicada para o Prêmio Jabuti. Hoje, também integra o grupo de escritores da Rede Globo de Televisão.