trechos bastante intactos da Mata Atlântica, que acolhiam (e acolhem ainda hoje) povos falantes das línguas Jê e Guarani, foram percorridos pelas expedições dos naturalistas e artistas que para cá vieram nesse período...

Terra de Índio
Imagens em aldeamentos
do Império

autor:

Marta Amoroso

projeto gráfico:

Antonio Kehl

acabamento:

brochura

páginas:

246

formato:

14 x 21 cm

ISBN brochura:

978-85-7816-147-7

ISBN e-book:

9788578162511

confira aqui o Clipping...

O século XIX quis fazer do índio o pobre do Brasil. Em um primeiro movimento, logo depois da Abertura dos Portos (1808), trechos bastante intactos da Mata Atlântica, que acolhiam (e acolhem ainda hoje) povos falantes das línguas Jê e Guarani, foram percorridos pelas expedições dos naturalistas e artistas que para cá vieram nesse período. As primeiras expedições eram preparadas na Fazenda da Mandioca, de propriedade do Conde de Langsdorff, onde também se estabeleciam consensos sobre a natureza e a sociedade nos trópicos. São desse período imagens como as de Rugendas, que retratava os nativos passando por rios, matas e cordilheiras de onde entravam e tornavam a sair da civilização ocidental.

 

Entretanto, nas páginas dos naturalistas e artistas, os índios pouco a pouco cederam lugar a planos de povoamento do sertão por meio da imigração europeia. Um segundo movimento foi deflagrado com a criação de Aldeamentos de Catequese e Civilização do Império (1845-1898) concebidos para territorializar e sedentarizar a população indígena. Nesses aldeamentos, no entanto, se estabeleceu um jogo em que colonos brasileiros e estrangeiros foram estimulados a se fixar e cultivar as terras de ocupação dos índios.

 

“Os índios impõem o peito de bronze ao homem branco”, afirmava um missionário capuchinho italiano, que morou grande parte de sua vida em um desses aldeamentos, de onde registrou a distância que os Guarani e os Kaingang mantinham da sede da missão. São situações como essas que a pesquisadora Marta Amoroso descreve no neste livro da Coleção Antropologia Hoje. Elas se desdobram sobre um fundo de relações complexas e são tema de interesse da antropologia, atenta para o contato e as trocas entre as culturas e as sociedades.

 

Sobre a autora

 

Marta Amoroso é professora de Antropologia e pesquisadora do Centro de Estudos Ameríndios (CEstA-USP). Suas pesquisas focam dois temas centrais: as territorialidades indígenas em aldeamentos missionários e a sociedade na Amazônia Central. Desde a década de 1990 desenvolve pesquisas junto aos Mura da Terra Indígena Cunhã-Sapucaia (rio Madeira Amazônia). Com Gilton Mendes dos Santos é organizadora da coletânea Paisagens Ameríndias - lugares circuitos e modos de vida na Amazônia (Terceiro Nome, 2013).