Conhecer essa artista singular funciona como um sopro de oxigênio num momento em que parece faltar ar. Revela-nos o poder da política e da empatia afetiva na atividade artística...
(Marco Aurélio Nogueira)...

Virgínia Artigas
histórias de arte e política

autor:

Rosa Artigas

projeto gráfico:

288

acabamento:

brochura

páginas:

288

formato:

23 cm x 23 cm

ISBN brochura:

978-85-7816-284-9

ISBN e-book:

9788578162832

histórias de arte e política

 

Virgínia Artigas, com papel e tinta, e Rosa Artigas, com as palavras, tecem uma história

que, mais do que centrada na militância política e na atuação profissional de Virgínia

como artista plástica, passa pela importância de sua presença na formação de jovens envolvidos com o movimento operário e a resistência durante a ditadura civil-militar brasileira.

 

Com seu marido, o arquiteto João Batista Vilanova Artigas, Virgínia viveu num momento

doloroso da história brasileira e lutou contra a opressão e a brutalidade dessa época

dramática. Sempre atenta aos acontecimentos, ela fez do desenho e da gravura as suas

linguagens preferidas. Suas histórias, aqui reunidas e contadas por Rosa, sua filha,

criam um mosaico de fatos que dão significados muitas vezes inesperados ao cotidiano

do século 20.

 

Um dos cenários principais das histórias são as duas casas projetadas por Artigas para

ele e sua família, ambas tombadas pelo CONDEPHAAT e pelo CONPRESP. Neste

sentido, o livro também desvenda um cotidiano de 50 anos nesses espaços tão

especiais e interessantes para historiadores, arquitetos e designers. Ilumina a intimidade

no interior das casas e seu projeto bastante peculiar de modernidade.

 

Virgínia Camargo Artigas (1915-1990), na sua juventude, entrou em contato com os artistas modernistas que, na década de 1940, se reuniam no palacete Santa Helena, em São Paulo. Foi entre eles que conheceu seu companheiro, o arquiteto João Vilanova

Artigas, com quem também compartilhou a militância nos movimentos de resistência à

ditadura.

 

Sua produção artística desenvolveu-se estreitamente ligada à sua atuação como

ilustradora nos movimentos populares. Durante o regime militar, sua família foi

diretamente atingida pela repressão, dado o processo político movido contra Artigas na

Universidade de São Paulo, que resultou em seu exílio. Virgínia foi sua companheira em

todo o processo, como foi também amiga e conselheira de muitos jovens que atuavam

na resistência ao regime implantado e que ainda hoje evocam a sua importância para a

formação artística, política e intelectual que vivenciaram.

 

Rosa Artigas é historiadora. Depois de organizar a obra do pai, o arquiteto João Batista Vilanova Artigas, Rosa começou a organizar o acervo artístico de Virgínia, sua mãe, e encontrou centenas de desenhos, estudos, pinturas e esculturas que ela sequer sabia que existiam na extensão que encontrou, além de cartas, cadernos de anotações e fotografias. Em especial, Rosa reuniu e deu forma às histórias contadas pela família, em grande parte pelas irmãs de Virgínia, que foram, sem se dar conta, contadoras de histórias maravilhosas.